O Mundo de Andy

Por Jardel Nunes

Milos Forman é um diretor de poucos e bons filmes, e quase sempre sobre personagens polêmicos... foi assim em “Amadeus”, onde fala sobre a vida do compositor Mozart e em “O Povo contra Larry Flint”, que tem o criador da revista pornográfica Hustler como foco das atenções.

Nesse filme lançado em 1999 com o nome original de Man on the Moon, assim como a música da banda REM que é o tema sonoro do longa, Forman tenta mostrar para o público um pouco da vida de Andy Kaufman... Kaufman foi um dos comediantes mais importantes da história dos EUA, e infelizmente pouquíssimo conhecido aqui no Brasil (nem o filme é muito conhecido na verdade)...

Seu estilo de humor era absurdo e completamente provocador... Andy lutava com mulheres, lia livros inteiros para o público que o desagradava, e buscava sempre chocar sua platéia, mesmo que para isso precisasse ofender quem o assistia... Kaufman criou vários personagens ao longo da carreira, os mais importantes foram Latka e Tony Clifton, um cantor de Las Vegas grosso e vulgar... o problema era saber se Andy estava interpretando ou não...

E se Andy Kaufman era tudo isso, Jim Carrey também é... o ator que se aventura pela segunda vez nos filmes dramáticos (o primeiro foi “O Show de Truman”), encarna Andy com maestria e atitude... e não só Andy, as aparições de Tony Clifton são igualmente geniais...

Se o protagonista está ótimo no papel, os coadjuvantes não deixam por menos... Paul Giamatti como o melhor amigo e cúmplice, Danny deVito de empresário e até a viúva do "grunge", Courtney Love estão perfeitos em seus respectivos papéis...

Em “O Mundo de Andy” tudo parece ajudar, além da direção precisa de Milos Forman e as atuações inspiradíssimas, o roteiro da dupla Scott Alexander / Larry Karaszewski é muito bom e a trilha sonora está no mesmo nível...

Andy Kaufman passou a vida toda pregando peças e assustando seu público, para, na tentativa de se curar de um raro câncer de pulmão, descobrir que a vida é uma grande piada...

The Wonders – O Sonho não Acabou

Por Jardel Nunes

Cinema e música são duas coisas que eu adoro, e a mistura dos dois quase sempre me agrada, seja em musicais ou em filmes que contam a história de algum artista que existiu, ou não... The Wonders é um desses casos de falsa biografia, que parece ser real devido a ter sua história bem contada...

Esse filme, que foi escrito e dirigido por Tom Hanks no ano de 1996, conta a história de uma banda de uma cidadezinha no interior dos EUA, que explode após ter o ritmo de sua música acelerado por um novo baterista... That Thing You Do, a música do grupo chega ao 7° lugar da billboard e os Wonders se tornam uma espécie de resposta americana aos Beatles, que em 1964 (época em que se passa o filme) ainda estavam na fase iê, iê, iê...

Tom Hanks além de atuar, acertou a mão em seu único filme atrás das câmeras, o longa tem um clima muito legal, leve, misturando muito bem os momentos cômicos com os de romance e claro, as cenas musicais... aliás, as músicas são um ponto alto do filme, todas são boas e “That Thing You Do” é aquele tipo de canção que faz você se balançar na poltrona, no mínimo...

Do elenco formado por atores em começo de carreira, a oscarizada Charlize Theron é a que menos chama a atenção... Tom Everett Scott e Liv Tyler ganham a simpatia do público fácil, enquanto Johnathon Schaech deixa qualquer um com nojo da sua cara no papel de vocalista dos Wonders... Steve Zahn e Ethan Embry (os dois outros membros da banda) são hilários. Interessante o fato de que mesmo sendo dublados nas cenas musicais, os 4 atores que formam a fictícia banda ensaiaram juntos algumas semanas para ganhar o entrosamento que é visto na tela...

Bem, eu sou meio suspeito pra falar sobre esse filme, pois é um dos meus favoritos... e como, às vezes uma canção chama bem mais a atenção do que palavras, assistam ao vídeo abaixo e se puderem, ao filme... vale a pena, e eu recomendo...

Estréias da Semana...

Julie & Julia

Drama, 12 anos
Direção: Nora Ephron.
Elenco: Amy Adams, Meryl Streep, Chris Messina.
Duração: 124 min.

Do Começo ao Fim

Drama, 18 anos
Direção: Aluízio Abranches.
Elenco: Rafael Cardoso, João Gabriel Vasconcellos, Júlia Lemmertz.
Duração: 100 min.
Filme Nacional

Planeta 51

Animação, livre
Direção: Javier Abad e Marcos Martinez.
Com vozes de: Dwayne Johnson, Seann William Scott, Jessica Biel.
Duração: 91 min.

Cidadão Boilesen

Documentário
Direção: Chaim Litewski.
Duração: 92 min.
Filme Nacional

A Trilha

Terror, 16 anos
Direção: David Twohy.
Elenco: Milla Jovovich, Steve Zahn, Timothy Olyphant.
Duração: 97 min.

Bastardos Inglórios em Quadrinhos...

Por Giba

O ilustrador Martin Duhovic, decidiu transformar Bastardos Inglórios, o mais recente filme do cineasta Quentin Tarantino, em uma história em quadrinhos...

Mas o mais interessante, é que Duhovic imaginou como seria se Jack Kirby tivesse criado essa história em meados dos anos 70, e fez os desenhos imitando o traço e os métodos de Kirby... juntando assim dois ídolos dos fãs de cinema e quadrinhos...

Para os menos informados, Jack Kirby trabalhou para as duas grandes empresas de HQs (Marvel e DC Comics), e juntamente com Stan Lee, é responsável pela criação de muitos dos grandes personagens da Marvel, entre eles o Capitão América, Quarteto Fantástico, Hulk, Thor, X-Men, Homem de Ferro e muitos outros...

A história criada por Duhovic, assim como o filme, é dividida em 5 partes... e abaixo você pode conferir as capas das 5 edições, ou clique nos links 01, 02, 03, 04 e 05 para ver as imagens em tamanho grande...

Greenberg... a vez de Ben Stiller...

Por Jardel Nunes

O que é mais difícil para um ator, fazer rir ou chorar?

Essa é uma pergunta que eu me faço às vezes... e depois de Jim Carrey, Will Ferrel e até Adam Sandler se saírem muitíssimo bem em papéis dramáticos, chegou a hora de Ben Stiller trocar as caretas e macaquices pelas lágrimas...

Stiller vai protagonizar Greenberg, a nova comédia dramática de Noah Baumbach, diretor do ótimo “A Lula e a Baleia”.... Baumbach também assina o roteiro em parceria com Jason Leigh, sua esposa...

Além de Stiller, o filme tem nomes como Rhys Ifans e Jennifer Jason Leigh no elenco, e tem previsão de estréia para março de 2010. Pelo interessante trailer (que você pode assistir abaixo), "Greenberg" já está na minha lista de “filmes esperados para 2010”...

2012

Por Jardel Nunes

O alemão Roland Emmerich parece gostar da idéia de acabar com a humanidade, foi assim nos legais “Independence Day” e “Godzilla”, e no fraquíssimo “O Dia Depois de Amanhã”. Em seu novo filme, o diretor usa uma antiga previsão maia, que diz que o mundo acabaria em 21 de dezembro de 2012, na verdade o filme não se liga muito a essa crença, e acaba dando várias explicações científicas para tentar explicar o motivo para os acontecimentos. Ironicamente, a melhor explicação é feita por uma tosca animação de computador feito por Charlie Frost, um homem supostamente maluco...

O roteiro é cheio de situações surreais, alguns momentos enrolados (principalmente as partes políticas), e cenas de total apelo emotivo e humanista, como todos os filmes do gênero... Mas se a história de 2012 é somente mediana, o mesmo não se pode dizer das imagens vistas na tela...

Emmerich fez um dos maiores filmes do ano, tanto em duração, quanto em proporções... com o orçamento de 260 milhões de dólares, o diretor conseguiu criar cenas memoráveis para a história do cinema de destruição, algumas sequências são incrivelmente reais e muito detalhadas... por exemplo, até a cena da destruição do Cristo Redentor, que é minúscula, foi muito bem feita...

Discordo de algumas críticas que vi sobre o filme, que falavam que os atores pareciam meio apáticos... eu não achei isso, até gostei bastante das atuações do casal John Cusack (que deixaria qualquer Schumacher comendo poeira, a bordo de sua limusine) e Amanda Peet, assim como os outros protagonistas do filme... mas o destaque é Woody Harrelson como o louco Charlie Frost, o ator parece ter um dom para interpretar personagens do tipo lunático, “Assassinos por Natureza” é um grande exemplo...

“2012” é aquele tipo de filme legal de olhar no cinema, com a tela grande e som alto... assim se percebe todo o ótimo trabalho estético e sonoro do longa e, em meio a barulheira e imagens impressionantes, as falhas do roteiro ficam menos evidentes... a telona também ajuda o espectador a “entrar” no filme, fazendo as duas horas e meia de duração passarem sem nem serem percebidas...

Versão brasileira: Herbert Richers...

Por Jardel Nunes

Quem nunca se perguntou quem é esse tal de Herbert Richers, ao ouvir essa frase no começo de algum filme da sessão da tarde hein?

Herbert foi o pioneiro do ramo de dublagens de filmes no Brasil.... Fundou em 1950 a distribuidora de filmes Herbert Richers SA, alguns anos depois aprendeu com o próprio Walt Disney muitos métodos de dublagem que começou a usar em filmes que eram exibidos na TV... as legendas eram de difícil visualização, por conta da tecnologia da época... nos dias de hoje, a empresa é responsável por grande parte dos filmes dublados exibidos no Brasil...

Infelizmente, Herbert (esse sorridente velhinho da foto ao lado) faleceu na última madrugada, dia 20 de novembro, por causa de uma doença nos rins... Richers deixa três filhos, que trabalham na empresa fundada pelo pai e que hoje herdam...

Estréias da Semana...

Lua Nova

Romance, 12 anos
Direção: Chris Weitz.
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattison, Nikki Reed.
Duração: 130 min.

Polícia, Adjetivo

Drama, 14 anos
Direção: Corneliu Porumboiu.
Elenco: Dragos Bucur, Vlad Ivanov, Ion Stoica.
Duração: 115 min.

Alice no País das Maravilhas...

Por Jardel Nunes

Para divulgar o novo filme de Tim Burton (Os Fantasmas se Divertem), foi realizado nos últimos dias um jogo com os usuários do site Facebook... o prêmio seria 3 novos cartazes do filme, que mostram todos os principais personagens. Juntos, os 3 pôsteres formam uma só imagem, muito bonita e com todo o estilo do diretor...

Note que no cartaz (que você pode ver baixo, ou clicando AQUI para ver em tamanho grande) o personagem que mais ganha destaque é o Chapeleiro Louco, interpretado pelo ator predileto de Burton, Johnny Depp... além disso, Depp é o único a ter seu nome estampado na arte. Será que a versão do diretor escabelado é tão diferente do livro, onde toda a história se passava em torno de Alice?

O filme tem previsão de estréia para 05 de março de 2010. E já é um dos filmes mais esperados do ano que vem... eu até estou lendo o livro para poder entender um pouco mais do filme...

Anti-herói Americano

Por Jardel Nunes

Sabe aquele tipo de pessoa que está sempre de mau humor, reclamando, espraguejando e que parece atrair coisas ruins? Harvey Pekar é uma delas... largado pela mulher, trabalhando de arquivista em um hospital e com um problema nas cordas vocais que o deixa com uma voz muito estranha. Harvey esta numa pior...

Até o dia em que ele conhece o desenhista de quadrinhos Robert Crumb, Harvey que já era um colecionador nato, tanto de HQs como discos de vinil, decide criar uma história em quadrinhos falando de sua própria vida. Mas como não sabe desenhar, pede para Crumb fazer as ilustrações pra ele... e assim surge American Splendor, uma das HQs independentes mais famosas dos EUA. Harvey contava na revista coisas que ouvia nas ruas, falava do seu dia-a-dia e até o momento mais difícil de sua vida, quando teve câncer, Pekar transformou em gibis...

Harvey é interpretado por Paul Giamatti, além dele próprio... sim, o filme é baseado em uma história real e o verdadeiro Harvey Pekar aparece no filme resmungando e contando suas histórias ao lado da esposa... e apesar de Giamatti se sair muito bem no papel (e é impressionante a semelhança entre os dois), o verdadeiro Pekar é que rouba a cena, as aparições dele no programa de David Letermann são hilárias...

Alguns dos diálogos do filme são ótimos, principalmente os que incluem as indignações de Harvey, como a cena em que vai ao cinema com seu amigo assistir a “A Vingança dos Nerds”. Alguns desenhos inseridos nas imagens e cenas divididas como se fossem quadrinhos, dão um tom interessante e diferente ao filme...

Anti-herói Americano não é o tipo de filmes que agrada a todos (pelo menos, eu acho que não), mas para fãs de HQs, é indispensável... mas infelizmente, as histórias de Harvey nunca foram publicadas no Brasil.

Deixe Ela Entrar...

Por Jardel Nunes

Assim como seus personagens, os filmes de vampiros somem e reaparecem no gosto do público... depois dos anos 90 de Anne Rice, agora a moda são os vampiros emos, ops, adolescentes da série Crepúsculo... “Deixe Ela Entrar”, filme sueco lançado no ano passado também usa a mistura de vampiros com adolescentes, mas de um forma um pouco diferente...

No filme dirigido por Tomas Alfredson, o vampirismo fica em segundo plano. Claro, existem momentos de suspense e terror, e muito bem construídos por sinal, como na cena em que de longe ficamos esperando o ataque da jovem vampira embaixo de uma ponte... mas o foco principal do filme são as incertezas e problemas da juventude.

Oskar (Kåre Hedebrant) é um menino de 12 anos, praticamente albino, filho de pais separados e que vive apanhando e sendo humilhado pelos garotos da escola, o tal de bullying tão ouvido hoje em dia. Um dia ele conhece Eli (Lina Leandersson), garota que se mudou com seu “pai” para o apartamento ao lado. Eli não é muito sociável e só sai de casa a noite para ir no playground coberto de neve do condomínio, assim como Oskar... é ali que os tímidos primeiros diálogos entre os dois são travados, como um casal normal de adolescentes que acabam de se conhecer...

Que Eli é uma vampira não é novidade, e o filme não esconde isso em momento algum... Oskar também não demora em descobrir isso, e ao invés de se afastar, os dois ficam mais juntos ainda, criando uma grande cumplicidade...

As paisagens gélidas do filme criam um clima interessante ao filme, assim como os elementos “vampirescos” inseridos no filme, a capa de Oskar na casa de seu pai, os gatos do vizinho e até o próprio título nacional do filme, fazendo menção a lenda que diz que os vampiros precisam ser convidados para poderem entrar em um ambiente diferente...

Como os americanos não podem ouvir falar de bons filmes que não sejam produto deles, Hollywood já está preparando a sua versão de Deixe Ela Entrar com o diretor de Cloverfield, Matt Reeves... Só espero que eles sigam o exemplo de filmes como “O Chamado”, que ganhou uma boa versão americana...

Estréias da Semana...

2012

Ação, 10 anos
Direção: Roland Emmerich.
Elenco: John Cusack, Thandie Newton, Woody Harrelson.
Duração: 157 min.

Um Namorado Para Minha Esposa

Comédia, 14 anos
Direção: Juan Taratuto.
Elenco: Valeria Bertuccelli, Gabriel Goity, Adrián Suar.
Duração: 100 min.
Obs.: Filme Argentino

De Profundis

Animação, Livre
Direção: Miguelanxo Prado.
Duração: 80 min.

Hotel Atlântico

Drama, 14 anos
Direção: Suzana Amaral.
Elenco: Júlio Andrade, Mariana Ximenes, João Miguel, Gero Camilo.
Duração: 107 min.
Obs.: Filme Nacional

No Meu Lugar

Drama, 14 anos
Direção: Eduardo Valente.
Elenco: Dedina Bernardelli, Márcio Vito, Raphael Sil.
Duração: 113 min.
Obs.: Filme Nacional

Kick-Ass lança primeiro teaser oficial...

Acaba de ser divulgado o primeiro vídeo oficial de Kick-Ass, filme que se baseia na HQ de mesmo nome, escrita por Mark Millar e desenhada por John Romita Jr. (que fez esse cartaz que você pode ver ao lado, especialmente para o filme).

O filme que ia ser lançado no final desse ano de forma independente, agradou tanto o público na última Comic-Con que foi disputado por 3 estúdios para ter direito de distribuição... A Lionsgate acabou ganhando a briga e atrasando o filme para abril do ano que vem, uma pena.

O longa dirigido por Matthew Vaughn (Nem Tudo é o que Parece), tem no elenco nomes como Aaron Johnson (papel principal), Christopher Mintz-Plasse (o MacLovin de Superbad), Nicolas Cage e Chloë Moretz... e conta a história de um garoto nerd que resolve virar super-herói na marra: faz uma fantasia verde, pinta alguns bastões e vai combater o crime da cidade...

Clicando AQUI, você pode ver um pequeno texto que o Giba (amigo e colaborador sumido do blog) escreveu sobre as suas expectativas para o filme, quando ele ainda seria lançado esse ano...

Assista abaixo o interessante vídeo do longa... Obs.: só consegui com legendas em espanhol, pra quem não entende inglês, já é uma grande coisa...

Weezer com Disco Novo...

Pouco mais de um ano depois do lançamento do "Albúm Vermelho", a maior banda nerd do mundo já está de repertório novo... na semana passada foi lançado Raditude (a capa está ai do lado), o 7° albúm da banda que contém 11 canções inéditas... além disso, o rapper Lil Wayne e integrantes da banda All American Rejects fizeram participações especiais no disco...

A banda, liderada por Rievers Cuomo, também lançou o clipe da música "(If You Are Wondering If I Want You To) I Want You To", que foi escolhida como o primeiro single do CD...

O vídeo tem um clima country e utiliza elementos trash, e assim como os outros clipes, da banda é muito bem produzido e divertido... e parece que os integrantes do Weezer se inspiraram na nova onda de comédias americanas (Judd Apatow e cia...), onde a amizade entre amigos é sempre mais forte do que qualquer coisa...

Então confira abaixo o novo, e ótimo, video do Weezer.... (vale a pena assistir)
Ah, uma curiosidade: a direção do clipe é assinada por Marc Webb, o mesmo diretor de "500 Dias com Ela", você pode ver um texto que eu fiz sobre o filme clicando AQUI...

500 Dias com Ela

“Eu ouvia música pop porque eu era infeliz? Ou eu era infeliz porque ouvia música pop?”

Não, a citação acima não pertence a esse filme, mas se Tom Hansen a falasse seria totalmente dentro do contexto... Tom é um escritor de cartões que acredita no amor, mas acha que não vai arrumar um amor verdadeiro. Chegou a essa conclusão por consumir muita música pop britânica e por ter entendido errado “A Primeira Noite de um Homem”...

Conhecemos Tom no final de seu relacionamento com Summer, uma convivência de 500 dias com uma garota pela qual ele se apaixonou e deu tudo de si no relacionamento... Summer, filha de pais separados, aparentemente deixou de acreditar no amor depois disso, tem Ringo Star como seu Beatle favorito e não quer ter nada sério com ninguém... bem ao contrário de Tom...

Logo após uma pequena apresentação dos personagens, o diretor Marc Webb nos mostra, de forma não linear, alguns dos 500 dias... momentos felizes, tristes, normais, brigas e outros... as idas e vindas no tempo são mostradas por um simpático contador que mostra em qual dia estamos, ajudando muito no entendimento do filme...

Além do contador, vários outros efeitos gráficos são usados durante o filme... cenas emulando câmeras caseiras, telas divididas entre os dois protagonistas (acentuando suas diferenças) e a ótima cena com a tela mostrando ao mesmo tempo o que está se passando, e o que Tom esperava da situação... outra cena memorável do filme é de pura alegria, uma sequência totalmente musical e azul escancarando a felicidade de Tom pela primeira noite de amor com a amada...

Joseph Gordon-Levitt (é incrível a semelhança do ator com Heath Ledger, com quem contracenou em “10 coisas que eu odeio em você”) e Zooey Deschanel encarnam Tom e Summer, com uma sintonia muito boa... mas assim como Rob, o autor da frase citada lá em cima, Tom é quem ganha a compaixão do público, conversa diretamente com a câmera, tem bom gosto musical e péssimo para amigos...

“500 Dias com Ela” é uma comédia romântica sim, mas sai da mesmice do gênero, e ainda coloca alguns elementos interessantes, como a interessante trilha sonora... e o tão esperado final feliz não acontece, pelo menos não o esperado...

UP – Altas Aventuras

É incrível a capacidade que a Pixar tem de nos fazer simpatizar com seus protagonistas... depois de brinquedos, peixes, ratos e um simpático robô, chegou a vez de um sisudo velhinho ser o motivo de nossa compaixão... mais do que isso, é a primeira vez que um ser humano normal é o protagonista (sim, porque Os Incríveis eram super-heróis, eles não contam...), e com todos os sentimentos de uma pessoa normal como o egoísmo, a amargura... mas também o amor, e a saudade...

E é o amor que Carl Fredricksen, um senhor de 78 anos, sente por sua amada esposa que o faz amarrar milhares de balões em sua casa para voar até as Cataratas do Paraíso, isso tudo para realizar um sonho infantil que o casal dividia e nunca pode ser realizado, por vários percalços ao longo da vida... aliás, toda a sequência inicial do longa, que mostra a vida do casal desde a infância até a fatídica morte de Ellie (a esposa), é de encher os olhos d’água...

Em sua viagem a bordo da casa-balão, Carl tem a companhia de Russel, um simpático gordinho escoteiro que estava na varanda da casa quando ela içou vôo... e ao chegar em seu destino, aparecem alguns contratempos para que nosso destemido ancião conclua sua tarefa, a aparição de um pássaro gigante e do explorador Charles Muntz (que era ídolo de Carl) e seus cachorros, que estão justamente caçando o tal pássaro...

O visual criado pelo diretor Peter Docter, é um dos mais belos dos filmes da Pixar... o colorido dos balões de Carl contrastando com o azul chapado do céu e as cenas que mostram as Cataratas parecem fotos de tão realistas...

Já o roteiro não é dos mais realistas... ou alguém já viu casas voadoras, aves gigantes e cachorros falando por ai? Mas isso tudo é passável, até porque estamos falando de cinema, onde todas as fantasias podem acontecer... a única coisa que me chamou a atenção foi a diferença de idade entre Carl e Muntz, e a habilidade dos dois velhinhos... não sei se eu teria tanta disposição não...

Assim como todos os outros filmes Pixar, UP tem poder para conquistar desde crianças até adultos, com boas piadas, momentos de reflexão e marcantes personagens... além de tratar da diferença de idades e atitudes entre seus protagonistas e da mensagem otimista... para mim, UP é um filme sobre o amor que um homem sentia por sua querida esposa, e que lhe fez ir além dos seus limites...

Estréias da Semana...

Os Fantasmas de Scrooge

Animação/Drama, Livre
Direção: Robert Zemeckis.

Elenco: Jim Carrey, Colin Firth, Gary Oldman.

Duração: 96 min.

500 Dias Com Ela

Comédia/Romance, 12 anos
Direção: Marc Webb.

Elenco: Zooey Deschanel, Joseph Gordon-Levitt, Minka Kelly.
Duração: 95 min.

O Solista

Drama, 12 anos
Direção: Joe Wright.

Elenco: Robert Downey Jr., Catherine Keenr, Jamie Foxx.
Duração: 118 min.

Jogos Mortais 6

Terror, 18 anos
Direção: Kevin Greutert.

Duração: 90 min.

Código de Conduta

Suspense/Ação, 16 anos
Direção: F. Gary Gray.

Elenco: Gerard Butler, Jamie Foxx.

Duração: 108 min.

À Procura de Eric

Drama, 14 anos
Direção: Ken Loach.

Elenco: Eric Cantona, Steve Evets, Stephanie Bishop.

Duração: 116 min.

Um Lobisomem na Amazônia

Horror/Comédia, 14 anos
Direção: Ivan Cardoso.

Duração: 74 min.

*Filme Nacional

Fama

Musical, 12 anos
Direção: Kevin Tancharoen.

Elenco: Kelsey Grammer, Megan Mullally, Debbie Allen.

Duração: 107 min.

Beatles digitais...

Os Beatles são os recordistas mundiais de vendas de discos, e após relançarem todos os seus albúns remasterizados digitalmente no dia 09/09/09, os Fab Four colocam mais uma novidade no mercado: O pen-drive dos Beatles...

A partir de 7 de dezembro vai estar a venda no site oficial da banda, um pen-drive que além de todos os albúns remasterizados, também vai conter as artes originais dos discos e alguns mini-documentários dobre a banda... o interessante disso tudo é o formato do tal pen-drive, uma maçã, muito bonitinha por sinal...

Mas prepare-se, tudo que é novidade, meio exclusivo (serão produzidos 300 mil unidades) e bonitinho custa caro: aqui no Brasil, a maçã vai custar algo em torno dos R$ 600,00... um valor pesado para o bolso da grande maioria de fãs do quarteto de Liverpool...

O trabalho de remasterização dos discos durou mais de 4 anos, e foi feito por engenheiros de som do histórico Estúdio Abbey Road, com a supervisão dos dois Beatles vivos, Paul e Ringo... Segundo o próprio Paul, a qualidade de som está muito mais fiél as fitas-masters gravadas nos anos 60...

9 – A Salvação

Logo após acordar em uma sala totalmente revirada e cheia de anotações, 9 (um boneco feito de pano) se depara com um mundo onde as máquinas assumiram o poder, depois de uma guerra contra os homens... aos poucos 9 encontra outros bonecos que atendem por um número ao invés de um nome, assim como ele... e junto com esse pequeno grupo, tenta salvar a terra que agora é habitada por estranhas criaturas de metal, criadas pelo “cérebro”, um robô supostamente criado pelos homens para o bem da humanidade...

9 foi criado para ser o trabalho de conclusão da faculdade de Shane Acker, o diretor, um curta-metragem que foi parar nas mãos de Tim Burton, que se encantou com o visual sombrio do curta e resolveu transformar a idéia de Acker em um filme... com a ajuda de Burton, o projeto conseguiu um bom orçamento e boas vozes para seus bonecos, como Elijah Wood, John C.Reilly e Martin Landau...

O curta, que você pode ver clicando AQUI, já tinha um visual muito interessante, visual esse que foi aperfeiçoado ainda mais com a supervisão de Tim Burton, e ficou fantástico, não devendo nada aos filmes de seu produtor... a estética obscura e meio gótica é linda aos olhos, mas veja bem, isso não quer dizer que todos vão gostar, mas sim aqueles que admiram o estilo de Burton... além disso, 9 – A Salvação não é um filme para crianças assistirem, apesar de ser uma animação, o longa funciona muito bem como um filme de ação/terror...

Mas se o visual tem o selo Tim Burton de qualidade, o roteiro já não apresenta a mesma qualidade... em nenhum momento o filme deixa claro onde estão se passando aqueles acontecimentos, apesar de os cenários lembrarem um pouco os campos de batalha da 2ª guerra e os homens responsáveis pela criação do cérebro serem uma espécie de nazistas... e logo nos primeiros minutos já fica claro o objetivo dos bonecos: eles precisam arrumar um jeito de destruir o cérebro, e acaba não acontecendo muitas outras coisas além disso...

Apesar disso, um dos melhores momentos do filme se faz justamente na única reviravolta do roteiro, quando os personagens dançam despreocupados ao som de “Somewhere Over the Rainbow”, que é tocada em um velho toca discos...

Matadores de Vampiras Lésbicas...

A milhares de anos atrás existiu em um vilarejo na Inglaterra a Rainha Vampira, Carmilla, que foi jurada de morte por um nobre guerreiro que lutou nas cruzadas e ao voltar para casa viu sua esposa enfeitiçada pela vampira. Ele então fez uma espada capaz de matar Carmilla, e na luta final, antes de ser morta a vampira lançou uma maldição contra o vilarejo: que todas as mulheres da vila se tornem vampiras e lésbicas ao completar 18 anos, e quando o sangue do último homem da linhagem do guerreiro se cruzar com o de uma moça virgem ela renascerá...

Por um acaso do destino, o tal último homem da linhagem é Jimmy que acaba de ser chutado pela namorada pela 7ª ou 8ª vez, ele e seu amigo Flecth (que acabou de ser demitido) resolvem acampar para acabar com as mágoas e por outro acaso do destino, vão justamente para o tal vilarejo onde encontram um grupo de garotas e são mandados pelo dono de um bar para uma cabana onde poderão dormir de graça...

Tentando levar o filme em uma linha tênue entre a comédia e o terror, o diretor Phil Claydon acaba se perdendo em meio a uma história boba, e nas tentativas de criar uma estética engraçadinha usando onomatopéias e câmeras rápidas, que até são legais no começo, mas torram a paciência com o excesso de repetições...

Com exceção de Flecth, que tem algumas boas piadas (inclusive a única que me arrancou boas risadas, que inclui uma espada com um formato meio masculino... dá pra entender né??), o restante do elenco é sem sal, incluindo todo o clã de vampiras...

Falando nas vampiras, quem esperava ver um show de lesbianismo também vai se decepcionar... Além de não convencer no terror e na comédia, o lado erótico que o filme prometia é igualmente fraco, e ao final ainda fica uma esperança de uma continuação com lobisomens gays...