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29 de março de 2010

Encontros e Desencontros


Por Jardel Nunes

Perdidos, assim estão Bob e Charlotte na terra do sol nascente... ele, mesmo não gostando
, aproveita o resto da fama que obteve como ator nos anos 70 para fazer alguns comerciais... ela, casada a pouco, acompanha o marido que está fotografando uma banda de rock local.


A diferença de idade e as experiências de vida não atrapalha os dois de se enturmarem nas horas de insônia, causadas pelo fuso horário... afinal, os dois passam pelo mesmo: afirmação. Ela, não sabe o que fazer da vida após o término da faculdade e o recente casamento... ele, na crise de meia idade e um casamento de 25 anos nas costas, mal fala com a esposa e não viu os filhos crescerem.


A princípio, a impressão é que tudo isso acontece com eles por culpa do fuso, das luzes frenéticas da cidade e a diferença de cultura... a diretora Sofia Coppola não se apressa a expor seus personagens e mostrar que no atual momento de suas vidas, até a própria casa seria o Japão para eles...


Por meio de pequenos detalhes, vamos descobrindo um pouco mais sobre eles, enquanto mais os dois se aproximam... os sentimentos entre o casal são fortes, intensos, mas não se baseiam no sexo, apesar de não ser uma simples amizade. Talvez seja o amor mais simples e sincero, assim como o filme, apesar de não parecer... Além dos olhares e carinhos trocados, a última frase, praticamente inaudível, dita por Bob ao ouvido de Charlotte, deixa qualquer um com a cabeça cheia de dúvidas.


A câmera, sempre bem posicionada (o que cria cenas lindas, plásticas, como o nado de Bob na piscina do hotel) segue os dois por todo o filme, como um espião... em uma das melhores sequências, os dois correm pela noite de Tóquio e vão acabar em um dos tradicionais bares de karaokê japoneses, cena memorável...


Memoráveis, além da já citada direção de Coppola, são as atuações... os coadjuvantes se sai muito bem: Giovanni Ribisi, Anna Farris... mas para o casal principal faltam adjetivos, Scarlett Johansson e Bill Murray entregam as melhores atuações (até então) de suas aplausíveis carreiras... Murray, além da atuação séria e contida, como o papel pedia, ainda nos dá bons momentos de humor, como a cena do chuveiro, quando o Murray de Feitiço do Tempo nos vem a cabeça...


25 de março de 2010

Estréias da Semana


Como Treinar o seu Dragão


Aventura, Livre

Direção: Dean DeBlois, Chris Sanders
Vozes de: Jay Baruchel, Gerard Butler, America Ferrera, Craig Ferguson
Duração: 98 min.

Amélia

Drama,
12 anos
Direção: Mira Nair
Elenco: Hilary Swank, Richard Gere, Ewan McGregor
Duração: 111 min


Cadê os Morgan?

Comédia, 12 anos
Direção: Marc Lawrence
Elenco: Hugh Grant, Sarah Jessica Parker, Sam Elliott
Duração: 103 min


Homens que Encaravam Cabras

Comédia, 16 anos
Direção: Grant Heslov
Elenco: George Clooney, Ewan McGregor, Jeffrey Bridges, Kevin Spacey
Duração: 94 min


Diário Perdido

Drama, 14 anos

Direção: Julie Lopes-Curval
Elenco: Marina Hands, Catherine Deneuve, Marie-Josée Croze
Duração: 105 min


Tulpan

Drama, 10 anos
Direção: Sergei Dvortsevoy
Elenco: Askhat Kuchencherekov, Tolepbergen Baisakalov, Ondas Besikbasov

Duração: 100 min


Halloween 2


Terror, 18 anos
Direção: Rob Zombie
Elenco: Sheri Moon Zombie, Chase Wright Vanek, Scout Taylor-Compton

Duração: 105 min

Insolação

Drama, 16 anos
Direção: Daniela Thomas e Felipe Hirsch.
Elenco: Rüdiger Vogler, Ruth Rieser, Claudia Neto, Daniel Dantas.
Duração: 100 min.
Filme Nacional

A Caixa

Suspense, 14 anos
Direção: Richard Kelly.
Elenco: Cameron Diaz, James Marsden, Frank Langella.
Duração: 115 min.

24 de março de 2010

Uma viagem com Devendra Banhart

Dica do Giba

Bem, enquanto o Giba não escreve um novo De Repente Quadrinhos pra nós, ele deixou essa dica musical... o clipe da música "Baby" do esquisitão Devendra Banhart, que conta com a participação dos "Little Joys" Fabrizio Moretti e Rodrigo Amarante, além do rapper GZA.


Na verdade, a dica não é bem a música (que é bem legal), mas sim o clipe, que é indescritível... só olhando pra tentar entender a viagem do músico...

Espero que gostem...

23 de março de 2010

O Balconista 2


Por Jardel Nunes

A despedida, por enquanto...


Doze anos se passaram desde que Kevin Smith ficou conhecido mundialmente ao mostrar um dia na vida de dois amigos em O Balconista... doze anos também se passaram nesse universo criado por Smith. Dante (Brian O'Halloran) e Randal (Jeff Anderson) agora estão na casa dos 30 e poucos anos e trabalham no Mooby’s (uma lanchonete do tipo fast food que aparece em quase todos os filmes anteriores), depois da Quick Stop (a loja de conveniência do 1º filme) pegar fogo...


Dante está em seu último dia de trabalho, na manhã seguinte ele irá se mudar para a Flórida com sua noiva (Jennifer Schwalbach Smith), e deixar a velha New Jersey (cidade onde se passou todos os filmes anteriores), de uma vez por todas... Randal está inconformado com a ida do amigo, enquanto Jay e Silent Bob, que seguem a Bíblia depois dos acontecimentos de Dogma, não usam mais drogas, só comercializam...


Para variar, Dante não se sente seguro com a mudança e está dividido entre a noiva, e a sua chefe (Rosario Dawson), com quem teve um pequeno caso... Dante dividido entre duas mulheres, enquanto Randal passa o dia todo infernizando a vida dos clientes, e de Elias (Trevor Fehrman), o outro funcionário do Mooby’s... a história é praticamente a mesma...


O Balconista 2 é uma ótima despedida para esses personagens, e mesmo não tendo o “frescor” do 1º filme, os diálogos ainda são incrivelmente hilários... preste atenção, por exemplo, na ótima conversa entre Randal e Elias sobre trilogias, ninguém antes sintetizou tão bem O Senhor dos Anéis. Aliás, nenhum dos outros filmes é tão politicamente incorreto... muito por culpa de Randal, que além de não respeitar nada, ainda prepara um presente de despedida para o amigo que gera uma das cenas mais bizarras dos últimos tempos.


Como no 1º filme, as atuações e os diálogos são marcantes e a grande atração do filme... a diferença entre eles é o dinheiro. Abandona-se a “tosqueira” do primeiro, para uma bela produção no novo, com direito a uma legítima cena musical ao som de Jackson Five...


Espero que tenham gostado do Especial Kevin Smith...

22 de março de 2010

O Império (do Besteirol) Contra-Ataca


Por Jardel Nunes

Anos 2000... Pânico e seus descendentes, filmes de super-heróis fazendo sucesso, internet, Ipods, e um novo estilo de comédia surge: o besteirol... fazer um filme debochando de filmes sérios virou moda... E apesar de o título original (Jay and Silent Bob Strike Back) não ter a referência direta a esse tipo de filmes, não se pode negar que Kevin Smith adentrou nos anos dois mil com um legítimo besteirol...


Como os outras produções do gênero, Smith encheu seu longa de piadas relacionadas a outros filmes, além de várias participações especiais de atores e diretores... mas, o maior deboche de “O Império” é o próprio universo de filmes e personagens criados por Kevin Smith nos seus 4 filmes anteriores... por culpa disso, para entender melhor o besteirol de Smith por completo é praticamente obrigatória uma olhada em seus outros filmes (boa jogada ein?)...


Aqui, os sempre coadjuvantes Jay (Jason Mewes) e Silent Bob (o próprio Kevin Smith) descobrem através de Brodie (Jason Lee, que também aparece como Banky) que Bluntman e Chronic, os personagens inspirados neles, irão ser adaptados para o cinema e eles não estão ganhando nada com isso... e ao procurar o dinheiro dos direitos autorais com Holden (Ben Affleck, que aparece como ele mesmo), conhecem a internet e um site onde pessoas falam mal deles e de suas revistas... para parar isso, a dupla dinâmica resolve ir até Hollywood e cancelar as filmagens da adaptação...


A partir daí o filme se torna uma espécie de road-movie, com os dois protagonistas achando os mais bizarros personagens pelo meio do caminho, como a turma do Scooby-Doo(?!?) ou as falsas defensoras dos direitos dos animais... e acabam se tornando ameaças públicas, e caçados pelo Agente Federal da Vida Animal (Will Ferrel)...


Como dito antes, O Império (do Besteirol) Contra-Ataca é um legítimo besteirol, mas bem acima da média dos outros do gênero... mas, talvez seja o filme mais fraco da carreira de Kevin Smith... pelo menos nesse filme Smith matou a vontade de lutar com uma espada Jedi...


19 de março de 2010

Estréias da Semana...


Um Sonho Possível

Drama, 10 anos

Direção: John Lee Hancock.
Elenco: Sandra Bullock, Kathy Bates, Quinton Aaron.
Duração: 128 min.

Criação

Drama, 10 anos
Direção: Jon Amiel.
Elenco: Paul Bettany, Jennifer Connely.
Duração: 108 min.

O Livro de Eli

Ação, 16 anos
Direção: Albert e Allen Hughes.
Elenco: Denzel Washington, Mila Kunis, Gary Oldman.
Duração: 118 min.

Soul Kitchen

Comédia, 14 anos
Direção: Fatih Akin.
Elenco: Adam Bousdoukos, Moritz Bleibtreu.
Duração: 99 min.

18 de março de 2010

Um ano... já?

Por Jardel Nunes

Um ano... nossa, já passou um ano!! Sim, hoje, dia 18 de março faz exatamente 1 ano que a primeira postagem do Topangablog foi feita, alguém se lembra? Desde então foram feitas 248 postagens (contando essa), a maioria delas feitas por mim mesmo, e alguns textos do Giba, grande amigo e colaborador...


A pergunta que me faço agora é: o que o blog mudou na minha vida? Até porque eu também envelheci um ano né... foi bom ou ruim pra mim? Será que devo continuar escrevendo pra ele? Bom, por enquanto sim! Talvez daqui um tempo eu não possa mais, pode acontecer coisas que irão tomar meu tempo... mas, enquanto isso, o Topangablog vai continuar existindo e vou continuar me empenhando pra isso...


Por culpa do blog, conheci novas pessoas, ganhei seguidores e fiz algumas parcerias de divulgação (legal)... conhecendo outros blogs, comecei a ver gostos diferentes do meu, e assim ver dicas de coisas que eu nunca assistiria ou leria antes... ah, esse último ano provavelmente foi o ano que eu mais ingeri cultura, com a “desculpa” de escrever para o blog (aliás, meus textos melhoraram consideravelmente, pelo menos eu acho, hehe)... também fui bastante no cinema, sempre que meus horários e bolso permitiram, hehe... enfim, acho que ter um blog me trouxe mais “prós”, do que “contras”...


Ah, como devem ter visto, essa semana eu aproveitei para “brincar” com a imagem do blog, colocando algumas imagens temáticas, gostaram? Nos próximos dias vai estrear uma imagem nova e definitiva, que o Diego (outro grande amigo e colaborador) está criando... Também está acontecendo um especial Kevin Smith, resolvi fazer isso por Smith ser um diretor que usa muito a cultura Pop em seus filmes e HQs...


Bem, estou aceitando sugestões, o que gostariam de ver aqui no blog? Pode colocar comentários aqui, mandar email ou trocar umas idéias no msn, seguir no Twitter ou entrar na comunidade do Orkut (que está meio parada), os links estão todos ali do lado... Aceito reclamações também, e elogios são sempre bem vindos...


Pra terminar esse texto, só posso agradecer a todos que já passaram por aqui, que comentaram (é ótimo receber um comentário, quem tem um blog sabe, hehe), ou que apenas deram uma olhada... Obrigado a todos, valeu mesmo... e até ano que vem...


Dogma


Por Jardel Nunes

Segundo o dicionário, Dogma é um ponto básico e incontestável de uma doutrina religiosa..
. no filme, Bartleby (Ben Affleck) e Loki (Matt Damon) são dois anjos que foram expulsos do céu e condenados a viver eternamente na Wisconsin depois de tomar um porre e desafiar Deus, mas o centenário de uma igreja abrirá um portal que pode levá-los de volta para o céu, criando assim um dogma... se isso acontecer, eles provarão que Deus estava errado e o mundo pode deixar de existir.


Para tentar impedir isso, Deus manda seu porta-voz (Alan Rickman) atrás da última descendente de Jesus, Bethany (Linda Fiorentino), que deve impedir os dois anjos de cruzarem o portal... para tentar concluir sua tarefa divina, Bethany terá a ajuda de dois profetas (Jay e Silent Bob), uma musa inspiradora (Salma Hayek) e de Rufus (Chris Rock), o 13° apóstolo, que não é falado na Bíblia por ser negro... mas também será atrapalhada por Azrael (Jason Lee), um anjo do inferno e seus três ajudantes trombadinhas...


Mesmo deixando claro que o filme era uma simples obra de ficção e não tinha nada contra o catolicismo, já nos divertidos créditos iniciais, Kevin Smith sofreu muita opressão da igreja na época do lançamento de Dogma... afinal, as melhores piadas do filme são deboches com crenças católicas, Jesus era negro e tinha vários irmãos (daí saiu a última descendente, que era tatata... sobrinha-neta de Jesus), Deus é uma mulher, Noé era alcoólatra, etc...


Mas mesmo levando tudo em tom de brincadeira, o filme consegue passar algumas questões mais sérias, levantando várias discussões sobre a perda da fé, o catolicismo ser careta, etc... a metáfora de que precisamos encher nossos copos de vez em quando, é ótima.


Existem defeitos sim, principalmente técnicos... mesmo Dogma sendo um filme de maior orçamento do que os anteriores do diretor, as cenas de ação e os efeitos especiais continuam “cartunescos” e “toscos”, quando pediam um tratamento mais especial... fora isso, e a atuação abaixo da média de Ben Affleck (nem parece o mesmo ator de Procura-se Amy), o resto está perfeito.. com destaque para as atuações de Matt Damon e Alan Rickman, incríveis.


Então, se você é um católico fervoroso ou não consegue admitir certos tipos de piadas, Dogma não é o seu tipo de filme... caso contrário, provavelmente você vai se divertir muito. E lembre-se: “Até Deus tem senso de humor”...


17 de março de 2010

Procura-se Amy


Por Jardel Nunes

Considerado por muitos como a obra-prima de Kevin Smith, Procura-se Amy é um relato dilacerante, e ao mesmo tempo cômico, sobre a juventude no começo dos anos 90... as descobertas (e libertações) sexuais e a busca incansável pelo bem estar amoroso, seja d
e maneira convencional ou não...


Nesse, que é o filme mais maduro da carreira do diretor/roteirista, Kevin Smith nos mostra um pouco da vida de Holden (Ben Affleck), um desenhista que está fazendo bastante sucesso com uma revista em quadrinhos que ele criou juntamente com seu melhor amigo Banky (Jason Lee), a revista conta as aventuras de Bluntman e Chronic, heróis inspirados na dupla Jay e Silent Bob...


Depois de um desses eventos para autógrafos, Holden conhece Alyssa, que também escreve... os dois começam a se conhecer e Holden se apaixona, sem saber que Alyssa é lésbica. Ai começa o grande dilema do filme, a mudança que os dois terão de passar para ficarem juntos, a vida libertina de Alyssa contra o moralismo de Holden... no meio disso tudo ainda está a relação de Holden com Banky, que se deteriora cada vez mais...


Apoiados pelos diálogos afiados do roteiro escritos por Smith, Ben Affleck e Joey Lauren Adams entregam atuações sinceras e tocantes... Jason Lee serve perfeitamente como a válvula de escape para a comédia no filme, o ator tem uma capacidade incrível de arrancar risadas das pessoas apenas com suas expressões faciais... E falando em expressões, a participação de Silent Bob, apesar de pequena, é a mais importante de todos os filmes, é das palavras dele que aparece o título do longa...


Mas não se engane, apesar do tema mais sério e “pesado”, Procura-se Amy ainda é um filme de Kevin Smith... os quadrinhos são assunto tratado em muitas conversas durante o filme, e o linguajar continua chulo, principalmente nas cenas de humor, o que pode até deixar algumas pessoas meio perplexas.


Um fato que me chamou a atenção durante a olhada ao filme se confirmou quando procurei curiosidades sobre a produção: Smith se baseou em experiências próprias para escrever o roteiro de Procura-se Amy, assim como O Balconista fala de seus dias como atendente na mesma loja onde o filme foi gravado... talvez isso explique o fato dos protagonistas dos dois filmes usarem um cavanhaque idêntico...


16 de março de 2010

Barrados no Shopping


Por Jardel Nunes

T.S. (Jeremy London) e Brodie (Jason Lee), são dois amigos que estão naquela fase entre o final do colégio e a faculdade, e que acabam de levar um fora de Brandi (Claire
Forlani) e Rese (Shannen Doherty), suas respectivas namoradas... A princípio Brodie não parece dar muita bola para o fato, afinal, a ex o incomodava muito por culpa de seus gibis e videogames, mas T.S. estava desconsolado e quer a namorada de volta a qualquer custo...


Como os dois não tem nada para fazer, vão para o shopping da cidade assim como vários outros jovens que também não tem o que fazer... lá, descobrem que um programa do tipo “Namoro na TV” vai ser rodado ao vivo no shopping, e quem está produzindo tudo é o pai de Brandi, que certamente odeia T.S., o ex genro... Na tentativa de acabar com o programa e reconquistar as namoradas, os dois vão contar com a ajuda da dupla de vagabundos Jay e Silent Bob...


Quando todos esperavam mais um filme sobre as relações amorosas, medos e fragilidades de personagens com vinte e poucos anos, assim como em O Balconista. Kevin Smith entra no mundo das comédias adolescentes, e todos os problemas da idade, como a auto-afirmação e os hormônios à flor da pele... Talvez por esse motivo, o filme não foi bem recebido em seu lançamento.


Mas “Barrados” segue a mesma linha do primeiro filme do diretor, com um humor centrado em diálogos de influência pop e muitas piadas de conotações sexuais... a diferença aqui é a utilização de mais cenas de ação, a maioria delas protagonizadas por Silent Bob e seus planos absurdos de destruir o palco do programa... a ação do filme, é bem cartunesca, assim como o principal assunto abordado por Brodie, os quadrinhos...


Aliás, Jason Lee é o grande destaque do filme, com sua legítima cara de adolescente nerd metido a esperto... as frases saídas de sua boca tem a mesma rispidez e ironia das ditas por Randal em O Balconista. Jason também é responsável pela melhor e mais memorável cena do filme: uma conversa sobre a busca incansável pela mulher amada protagonizada por ele e Stan Lee... sim, Stan “The Man” Lee, criador da maioria dos super-heróis Marvel. Quem melhor que ele para fazer uma participação em um filme onde os créditos iniciais foram feitos em homenagem a sua obra?


15 de março de 2010

O Balconista


Por Jardel Nunes

“Mas que tipo de loja de conveniência é essa?”

São muitas as curiosidades sobre os filmes de estréia de alguns dos grandes diretores pops de hoje: “Cães de Aluguel” iria ser rodado em apenas uma locação, se Quentin Tarantino não tivesse recebido ajuda do ator Harvey Keitel... Robert Rodriguez vendeu

sua casa e se submeteu a testes de medicamentos para colesterol, para conseguir financiar “El Mariachi”... por sua vez, Kevin Smith teve que vender sua vasta coleção de quadrinhos para conseguir filmar sua pequena / grande estréia...


Entre os três ainda existe mais coisas em comum: Tarantino, Rodriguez e Smith criaram em seus filmes de estréia uma série de detalhes e características que iriam se repetir por todas as suas carreiras... Kevin Smith acabou criando uma série de personagens, um universo pop/nerd e se cercou por um grupo de atores que o acompanhariam em pelo menos mais cinco filmes depois de O Balconista...


Em sua estréia, Smith nos mostra um dia na vida de Dante (Brian O'Halloran) e Randal (Jeff Anderson), respectivamente atendentes de um loja de conveniência e de uma locadora que ficam lado a lado... não seria nada de mais, se não fosse o apanhado de clientes e situações bizarras que acontecem durante esse tempo.


Dante, uma espécie de Don Juan às avessas, está tendo muitos problemas com a ex namorada (Lisa Spoonhauer) e a atual (Marilyn Ghigliotti), e não se decide com qual quer ficar... enquanto Randal vive mal humorado infernizando o amigo e xingando os clientes. Mas o grande atrativo do filme são os diálogos que acontecem entre eles, a maioria deles voltados para gibis, filmes (especialmente Star Wars) e pornografia...


O Balconista pode parecer estranho para a maioria... muito falatório e pouquíssima ação, personagens e assuntos estranhos, além de ter sido totalmente filmado em preto e branco (era mais barato do que colorido)... mas o filme tem um certo charme para fãs dos gêneros abordados pelos diálogos, e também mostra o surgimento de uma das duplas “dinâmicas” do cinema: o tagarela Jay (Jason Mewes) e seu companheiro de tráfico Silent Bob, que é interpretado pelo próprio Kevin Smith...


11 de março de 2010

Estréias da Semana...


Ilha do Medo


Policial, 14 anos

Direção: Martin Scorsese
Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Jackie Earle Haley
Duração: 148 min


Lembranças


Romance,
12 anos
Direção: Allen Coulter

Elenco: Robert Pattinson, Emilie de Ravin, Chris Cooper, Pierce Brosnan.

Duração: 113 min

Aproximação

Drama, 14 anos

Direção: Amos Gitai.
Elenco: Juliette Binoche, Jeanne Moreau, Dana Ivgy.
Duração: 120 min.


Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos


Comédia, 16 anos

Direção: Paulo Halm
Elenco: Caio Blat, Maria Ribeiro, Luz Cipriota, Daniel Dantas.
Duração: 90 min

Filme Nacional


Eu e Meu Guarda-Chuva


Aventura, Livre

Direção: Toni Vanzolini

Elenco: Daniel Dantas, Paola Oliveira, Leandro Hassum.

Filme Nacional

9 de março de 2010

Eu te Amo, Cara


Por Jardel Nunes

A amizade entre homens tornou-se um tema recorrente nas comédias norte-americanas desde a entrada de Jud Apatow e sua trupe para o mundo de Hollywood... esse tipo de amizade
rende muitas boas histórias, que serão recontadas pelos próprios protagonistas várias vezes na vida real (todo grupo de amigos homens tem ótimas histórias, é fato...), e só ganha mais força no cinema.


A exceção é Pete (Paul Rudd), ele nunca teve nenhum grande e melhor amigo, suas amizades masculinas se resumem ao irmão mais novo e a um cara que trabalha a duas mesas dele no escritório... Pete sempre foi melhor com as mulheres, ele tem várias amigas e todas a adoram, fato que lhe ajuda muito no amor. Pete nunca ficou sozinho, sempre pulou de uma namorada para outra, mas agora ele achou a “escolhida”, e eles vão se casar em breve...


É só ai que ele percebe que Zooey (Rashida Jones), sua noiva, tem várias amigas e confidentes, elas sabem tudo da vida do casal (inclusive onde foi a primeira vez deles, o que fizeram, e outros tantos pormenores...). Pete resolve encontrar um melhor amigo a todo custo, afinal ele não tem nem padrinho de casamento... e após de várias tentativas frustradas de encontros com homens (que rendem boas piadas), ele encontra Sydney (Jason Segel). Sydney é o escape para a vida de regras de Pete, totalmente sem responsabilidades e com um quarto especial para homens em sua casa (tem de tudo lá, TV, DVDs, instrumentos musicais... afinal, um monte de brinquedos para meninos grandes...).


É na relação dos dois que o filme se baseia, desde as conversas enquanto levam o cachorro de Sydney para passear até as longas sessões de ensaios com músicas do Rush... mas as melhores partes são as que o certinho Pete aprende a se soltar, gritar, comer com a mão ou falar de sua vida íntima com o amigo...


Os diálogos e as situações forçadas, ao maior estilo Will Ferrel, são o ponto forte do filme, além das hilárias participações de J.K. Simmons (ele está em todas né), Jon Favreau (diretor de Homem de Ferro) e Lou Ferrigno (o Hulk da série de TV dos anos 80)... mas os diálogos também são o ponto fraco do filme, na verdade, é o excesso deles que prejudica o andamento do longa. Nota-se perfeitamente que Paul Rudd e Jason Segel se divertiram muito durante as cenas, improvisando e extrapolando o “timing” da comédia... Falha do diretor John Hamburg, que não conseguiu segurar as rédeas dos ótimos atores que tinha a seu serviço...


8 de março de 2010

Os Vencedores do Oscar...

Por Jardel Nunes


O último prêmio dessa edição do Oscar foi entregue a poucos minutos, e aqui está a lista completa de vencedores... se por acaso você não pode assistir a cerimônia, ou perdeu algum dos prêmios, pode conferir todos os vencedores logo abaixo...


Nesse ano o Oscar não teve nenhuma grande surpresa, e praticamente todos os favoritos ganharam seus troféus... destaque para Kathryn Bigelow e seu Guerra ao Terror, que foram os grandes vencedores da noite...


Aliás, Bigelow é a primeira mulher na história a receber o prêmio de melhor direção, e justamente no dia internacional da mulher... Então, parabéns a Kathryn Bigelow, e parabéns a todas as mulheres que participam e lêem o Topangablog, afinal, hoje o dia é de vocês... Um grande abraço e fiquem com a lista...


Melhor Filme


- Guerra ao Terror


Melhor Direção

- Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)

Melhor Ator

- Jeff Bridges (Crazy Heart)

Melhor Atriz

- Sandra Bullock (Um Sonho Possível)

Melhor Ator Coadjuvante

- Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)

Melhor Atriz Coadjuvante

- Mo’Nique (Preciosa)

Melhor Roteiro Original

- Guerra ao Terror

Melhor Roteiro Adaptado

- Preciosa

Melhor Animação

- Up – Altas Aventuras

Melhor Filme Estrangeiro

- O Segredo de seus Olhos (Argentina)

Melhor Documentário

- The Cove

Melhor Direção de Arte

- Avatar

Melhor Fotografia

- Avatar (Mauro Fiore)

Melhor Figurino

- The Young Victoria

Melhor Edição

- Guerra ao Terror

Melhor Trilha Sonora

- Up – Altas Aventuras

Melhor Canção

- The Weary Kind (Crazy Heart)

Melhor Maquiagem

- Star Trek

Melhores Efeitos Visuais

- Avatar

Melhor Som

- Guerra ao Terror

Melhor Edição de Som

- Guerra ao Terror

Melhor Curta Metragem

- The New Tenants

Melhor Curta de Animação

- Logorama

Melhor Documentário em Curta-Metragem

- Music by Prudence

Obs.: Infelizmente, Tarantino não levou nada... O grande injustiçado da noite...

5 de março de 2010

Amor sem Escalas


Por Jardel Nunes

Daqui a dois dias serão revelados os vencedores do maior prêmio da indústria do cinema... E depois de já ter comentado aqui no blog sobre quatro (Avatar, Distrito 9, Up – Altas Aventuras e Bastardos Inglórios) dos dez filmes indicados como melhor longa-metragem do ano, hoje é a vez de outro indicado: Amor sem Escalas, que foi
lembrado em seis categorias...


O filme segue Ryan Bingham, um solteirão de meia idade, boa vida, que passa praticamente todos os dias do ano voando de um lado pro outro nos EUA. Seu trabalho é fazer o que os chefões de empresas temem: demitir pessoas... e acreditem, Ryan é ótimo nisso, ele já tem todos os métodos e sabe exatamente como reagir em cada situação... afinal, uma pessoa sendo demitida depois de anos de trabalho pode ter as mais diversas reações, xingar, chorar, ameaçar suicídio, entre outras tantas...


Mas os dias de viajante de Ryan estão contados... seu chefe quer implantar um sistema de demissão por videoconferência que foi idealizado por Natalie, uma novata que acaba de sair da faculdade, e irá fazer algumas viagens com Ryan para “pegar as manhas”... Os dois são totalmente opostos: Natalie quer formar família e ter um lar, enquanto Ryan prefere viver viajando com sua pequena bagagem, que é tema até de uma palestra feita por ele para viajantes...


Mas essa relação aos poucos faz Ryan repensar seus relacionamentos, tanto com Alex (sua “namorada” de check-ins), quanto com sua família, já que sua irmã mais nova está para se casar... é uma ótima oportunidade para se redimir de tanto tempo afastado e arrumar uma companheira estável...


Mais do que as boas atuações do trio principal formado por George Clooney (Ryan), Anna Kendrick (Natalie) e Vera Farmiga (Alex), o diferencial de Amor sem Escalas é mesmo Jason Reitman, que dirige e assina o roteiro... alguns diálogos são ótimos (o protagonizado por Clooney e J.K. Simmons, que interpreta um dos demitidos, é incrível), e a experiência de Reitman em filmes como "Obrigado por Fumar" e "Juno", não deixa o longa cair na clássica fórmula da comédia romântica quando tudo apontava para isso, dando uma nova perspectiva da história...


Aliás, é difícil caracterizar o filme em um gênero, apesar do título nacional tentar enquadrá-lo como mais uma comédia romântica... é uma comédia sim, mas na maior parte do tempo o filme tem um clima dramático, melancólico, deixando o humor para algumas poucas cenas físicas e para as frases irônicas lançadas pelo protagonista... no final, o próprio emprego de Ryan é uma grande irônia... ele, assim como as pessoas que demite, também é um escravo de seu trabalho e não saberia o que fazer sem ele...


4 de março de 2010

Estréias da Semana...


Virús

Suspense, 14 anos
Direção: Alex e David Pastor.
Elenco: Piper Perabo, Chris Pine, Lou Taylor Pucci.
Duração: 84 min.


Entre Irmãos


Drama, 14 anos

Direção: Jim Sheridan.
Elenco: Jake Gyllenhaal, Natalie Portman, Tobey Maguire.
Duração: 105 min.

O Amor Acontece

Romance, Livre
Direção: Brandon Camp.
Elenco: Aaron Eckhart, Jennifer Aniston, Martin Sheen.
Duração: 109 min.

Direito de Amar

Drama, 14 anos
Direção: Tom Ford.
Elenco: Colin Firth, Julianne Moore.
Duração: 99 min.

Coração Louco

Drama, 14 anos
Direção: Scott Cooper.
Elenco: Jeff Bridges, Robert Duvall, Maggie Gyllenhaal, Colin Farrell.
Duração: 111 min.
Infelizmente, somente no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro

Toy Story 2 - 3D

Animação, Livre
Direção: John Lasseter.
Vozes: Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack.
Duração: 92 min.
Obs.: Relançamento especial em 3D por apenas uma semana, para promover o terceiro filme da série que deve estrear em junho...


3 de março de 2010

Lost in La Mancha


Por Jardel Nunes

Aposto que todos, ou praticamente todos, os leitores desse blog já imaginaram serem cineastas um dia... dirigir um filme, seja ele um curta, animação, comédia, drama ou até um épico..
. Pois bem, então antes de se aventurarem no mundo do cinema, aconselho que assistam esse documentário que é uma lição do que não fazer para conseguir realizar um filme...


Lost in La Mancha é o documentário surgido da ousada (e fracassada) tentativa de Terry Gilliam em adaptar a obra de Miguel de Cervantes para o cinema... como o próprio filme mostra, outros diretores também tentaram levar a história do fidalgo Don Quixote de La Mancha para a 7ª arte, entre eles, o famoso Orson Welles (diretor, roteirista e ator de Cidadão Kane), que tentou durante duas décadas fazer o filme...


Mas qual foi o grande problema que Gilliam (que é conhecido por filmes esquisitos e controversos como “Medo e Delírio”, “Os Doze Macacos”, além de ter feito parte do grupo Monty Phyton) enfrentou nessa adaptação? O dinheiro, como em quase todos os seus projetos era escasso... em certo momento, o próprio diretor brinca que eles tinham cerca de 30 milhões para as filmagens, mas para fazer o filme que ele queria, necessitavam do dobro disso. É que nenhum estúdio americano topou o projeto, então Gilliam teve que buscar fundos na Europa, onde 30 milhões já é um valor altíssimo para um filme.


Além disso, Jean Rocheford (o Quixote do filme) teve uma hérnia de disco e não conseguia andar a cavalo... A atriz principal do filme não apareceu pra filmar, e o elenco de apoio era formado de atores locais que não falavam uma palavra em inglês... Na verdade, o único ator disponível o tempo todo era Johnny Depp, que ia receber um salário menor por ser amigo de Gilliam... Pra completar a maré de “sorte” do diretor, uma tempestade destruiu boa parte dos equipamentos de filmagem, e a localidade onde eles resolveram filmar era do lado do campo de treino do exército, ou seja, aviões-caças passavam o dia sobrevoando o local e fazendo uma barulheira...


O interessante é que mesmo dando tudo errado, Gilliam continuava com um senso de humor incrível... e as poucas cenas filmadas o orgulhavam muito, mesmo sendo totalmente esquisitas (note a cena que mostra a equipe vendo uma sequência de teste. Enquanto todos da equipe olhavam com expressões assustadas, o diretor ria...). Para quebrar um pouco o clima trágico, os diretores Keith Fulton e Louis Pepe encaixaram ao filme uma trilha sonora típica espanhola que dá um ar cômico a várias cenas... é bom rir da desgraça alheia né?


A pouco tempo atrás, Gilliam conseguiu reaver um pouco do dinheiro perdido durante a produção e tentará de novo realizar a adaptação de Don Quixote de La Mancha para as telas... é só esperar o filme, ou quem sabe um novo documentário...