
Por Jardel Nunes

A câmera lenta é usada várias vezes ao longo de Superman – O Retorno, essa é uma das formas que o diretor Brian Singer utiliza para nos passar as sensações de seu personagem principal. Nos quadrinhos esse sempre foi o ponto forte das histórias do Homem de Aço, mostrar o seu deslocamento, sua preocupação em ser único, ter toda aquela força e não poder ajudar a todos.
No filme não é diferente. Além da câmera lenta, por várias vezes vemos Superman parado no espaço somente observando a terra de longe, ouvindo e esperando o momento certo, para voar além da velocidade do som e salvar quem estiver em perigo. É a metáfora entre o personagem e Cristo, o salvador que tenta de todos os modos mas não está em todos os lugares ao mesmo tempo, que só ganha força com a discussão proposta pelas matérias de Lois Lane, se o mundo precisa ou não do Superman ou de seu salvador...
A situação inventada pelos roteiristas Michael Dougherty e Dan Harris só amplifica todo esse deslocamento... a história mostra a volta de Superman para a terra após cinco anos afastado (ele foi atrás de vestígios de Krypton, seu planeta natal) e além da tarefa de se ajustar novamente, encontra seu grande amor casada com outro homem (com quem teve um filho), e seu maior inimigo solto por sua culpa.
O filme segue essa linha “clássica”, o mocinho com problemas românticos contra o vilão que quer dominar o mundo... a inocência musculosa de um, versus o cérebro sarcástico do outro. A estética do longa também segue a mesma linha, apesar de ser ambientado na nossa época, a figura do herói com seu colante azul e capa vermelha parece saltar diretamente dos anos 40, 50. Ambos, roteiro e visual tem seus pequenos deslizes, mas nada que atrapalhe o bom resultado final...
Se “Returns” tem um defeito, esse ocorreu na escolha de seu casal de mocinhos, Brandon Routh (Clark Kent / Superman) e Kate Bosworth (Lois Lane) são bons atores, mas lhes falta o carisma e a imponência dos icônicos personagens, além de serem muito jovens para os papéis. Coisa que não acontece ao lado vilão do filme, já que Kevin Spacey nos brinda com um ótimo e hilário Lex Luthor, cheio de artimanhas, sacadas inteligentes e uma bela coleção de perucas (!!)...
Superman – O Retorno tem a capacidade de divertir e empolgar durante suas quase duas horas e meia de duração (a cena do avião pode ser totalmente clichê, mas é emocionante)... e pode não ser o melhor filme do gênero de super-heróis (certamente tem muita coisa pior), mas é uma bela história para o herói mais popular do planeta.

Achei um ótimo desempenho de Routh que até, sutilmente, recorre à características do saudoso Reeve. Porém, o fraco roteiro não pede muito dele - e a insípida Kate Bosworth, altamente inexpressiva, limita a valorização da personagem.
ResponderExcluirPena, poderia ter sido melhor.
abs
Vi o filme nos cinemas e, juro, não lembro muito bem, hehe. Lembro que o Superman só apanha. Gosto do elenco. É verdade que os protagonistas não são extraordinários, mas acho que se houvesse continuações, eles ficariam mais presos à nossa memória.
ResponderExcluirFalando em Superman, recentemente lí uma boa minissérie dele: Identidade Secreta. Daria um bom filme.
Abraço.
Assisti este filme, mais a qualidade do DVD estava péssima o que não contribuiu muito. O filme pelo visto não fez mesmo sucesso, até agora nem teve sequer um anúncio de continuação. Eu particularmente, gostei desta nova roupagem, mas percebe-se que estavam tentando fazer um novo "Reeve", deu a impressão.
ResponderExcluirAbs,
cigarrosefilmes.blogspot.com