English French German Spain Italian

31 de julho de 2010

Quase Famosos


Por Jardel Nunes

É difícil explicar o rock n’ roll... um sentimento, estilo de vida, é muito mais do que só a música... E em 1973, isto tudo estava perto do fim... a idéia de que a música era mais importante que tudo estava sendo trocada pelos ideais capitalistas, acordos milionários, músicos com grandes mansões. Mas ainda existiam aqueles que viviam a música e a veneravam... como William (Patrick Fugit), um rapaz de 15 anos que desenvolveu esse gosto ao ganhar uma coleção de discos da irmã (Zooey Deschanel).

Mesmo vivendo sobre a repressão da mãe (Frances McDormand), William escrevia sobre rock para um jornal local, fez alguns trabalhos para a revista do crítico, amigo e conselheiro Lester Bangs (Philip Seymour Hoffman) e acabou sendo convidado para escrever uma matéria para a grande revista Rolling Stone: 3000 mil palavras sobre o Stillwater, uma banda de segundo escalão que acabara de lançar o terceiro disco e almejava lugar entre os grandes...

Mais difícil é lembrar em qual o momento o rock entrou na nossa vida... quando você começou a sentir aquela sensação... no filme, somos apresentados ao mundo do rock n’ roll juntos com William. Ele era só um menino que ouvia e venerava, desconhecia o conturbado mundo de turnês, mentiras, fãs, as brigas de egos: “eu sou o líder da banda e você é o guitarrista místico, foi assim que combinamos” diz Jeff (Jason Lee), o vocalista, para o companheiro.

Quem nos guia para esse outro lado é o guitarrista Russell (Billy Crudup), na cena em que entra no palco ao som da pulsante bateria de Fever Dog e nos diz (ou diz para William): “se coloca ali”... e, o que parecia um drama/comédia familiar muda de tom. Agora vamos rodar os EUA, tocando de cidade em cidade, sempre com as groupies ao lado... mas note que com algumas poucas exceções, a história de Sexo, Drogas e Rock N’ Roll é deixada de lado para prevalecer a música...

A época era de exageros enormes, orgias, álcool e drogas, mas aqui vemos uma versão romanceada disso tudo, a versão de um menino que realizava o sonho de muitos outros garotos da época... William é o próprio diretor Cameron Crowe, foi ele que viveu essas experiências enquanto cobria bandas como o Led Zeppelin ou The Who. A fictícia Stillwater e as situações ocorridas com seus integrantes são inspiradas em bandas da época, inclusive a hilária cena em que Russell diz que é um “Deus dourado” ao pular de cima de uma casa (dizem que Robert Plant fez isso)...

Além de William, existem outros personagens que são reais, como Lester Bangs e Penny Lane (Kate Hudson, em seu melhor papel até hoje), a famosa groupie por quem o jovem Cameron Crowe se apaixonou. O filme trata do amadurecimento, do rock, dos integrantes da Stillwater, mas principalmente de William... a liberdade, as descobertas do sexo e do amor. Ele nunca mais seria o mesmo depois de tudo que passou naquela turnê...

Ainda assim, Quase Famosos é um filme sobre a música e a paixão por ela, pode não ser 100% verídico ou não trazer novidades ao gênero, mas continua sendo o melhor até agora...

6 comentários:

  1. Um excelente filme. Está entre os meus preferidos do Cameron Crowe. Muito bem salientado por você, Jardel, a visão romântica com que o filme mostra o Rock. Afinal, trata-se de uma visão nostálgica de Crowe para aquilo que ele viveu. O elenco está demais - com exceção de Kate Hudson, que não consigo gostar. A cena do Deus dourado é hilária, haha.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  2. O melhor filme sobre o tema. Além desta visão romantica do tema, mto bem comentada por vc Jardel, o filme tb foge de todos os possíveis clichês do gênero. Além disto tem uma brilhante trilha sonora, e atuações excepcionais. A melhor atuação de Kate Hudson. Grande abraço.

    Visitem

    www.cinemaniac2008.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. Discordo desse ser o melhor papel de Hudson, mas essa é sua opinião e eu não vou discutir rsrsrs.

    Esse filme eu nunca consegui assistir até o final, parece que a história dele nunca me agradou muito e olha que gsoto de histórias assim.

    ResponderExcluir
  4. Sou fã mesmo desta obra, desde meus 14 anos de idade. Acho uma pequena obra-prima, o melhor trabalho de Cameron Crowe. Tão real, tocante e gostoso de se ver.

    De fato, bela atuação de Hudson e ela merecia o oscar ali!

    Abraço

    ResponderExcluir
  5. Filme d+.
    A melhor cena junto com a do Deus dourado, é a do baterista (eu acho) dizendo que é gay no avião.

    ResponderExcluir
  6. Bem lembrada a cena do baterista dizendo que é gay, Diego.

    E, pelo que dá pra perceber, quase todos gostam do filme, mas nem todos gostam da Kate Hudson.
    Eu concordo com o Thicarvalho e o Cristiano, grande atuação, a cena em que o William fala pra ela que foi trocada por uma caixa de cerveja vale o Oscar mesmo.

    Mateus, sabia que ia ter o teu comentário aqui, fã confesso do Crowe. Qualquer hora dessas eu falo aqui do Jerry Maguire.

    Mirella, qual o melhor papel da Kate? fiquei curioso agora..

    Abraços e valeu pelos comentários

    ResponderExcluir

Gostou do post? Sim? Não?
Deixe seu comentário... Abraços, e até logo.